domingo, 28 de setembro de 2008

Canção Excêntrica

por Cecília Meireles

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se tento encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida

Se volto sobre meu passo,
é já distância perdida

Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
essa procura de espaço
para o desenho da vida
Já por exausta e descrida
Não me animo a um breve traço:
-saudosa do que não faço,
-do que faço, arrependida



Velha conhecida, tão bonita. De cor.
Quando há muito a dizer, o melhor é nem dizer.


P.S.: pra quê serve um médico? (refletindo sobre o Ato Médico também...)

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