quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mudando de número e mais

Em plena era da portabilidade, mudei de celular, inclusive o número, e agora vai ser meio que um transtorno repassar o novo número para todos os contatos possíveis, refazer agenda, aprender a mexer com as funções do novo aparelho...

Envolvida com isso,me dei conta de que é uma analogia da minha própria vida. Portanto, eu deveria estar acostumada a recomeçar. Não foram poucas as vezes em que tive que refazer meus contatos, mudar de realidade, trocar de casa, de escola, de amigos, de endereço, de telefone... E mais uma mudança acontecia. E, por vezes, poderia parecer que aquela seria a última mas, tempos depois, lá estávamos nós outra vez, por vontade própria(raramente) ou necessidade do trabalho do meu pai (para que fique claro que não somos fugitivos,rs).

Existem vantagens nessa "vida louca". Conheci muita gente diferente, cada cidade com uma peculiaridade... fiz amigos de todo jeito, aprendi a me adaptar a diversas realidades, conheci partes diferentes do ES...

E as desvantagens? Toda mudança, seja do que for,é dispendiosa, tanto física quanto emocionalmente. Além disso, o tempo e a distância são, realmente, inimigos de muitas amizades. A quantidade de pessoas que conheci e que acreditava que fariam parte da minha vida "pra sempre" e que hoje nem devem se lembrar muito bem de mim( e vice-versa) é incontável. Tá certo que ainda existem amizades surpreendentes(pouquíssimas!) que perduram até hoje, mas não é a mesma coisa, né? É como se faltasse um pouco de "raízes". Toda vez que alguém me pergunta de onde eu vim ou de onde eu sou eu não sei a resposta imediata, de verdade. Tenho que pensar pra responder: querem saber onde eu nasci ou o último lugar em que morei? Porque não pertenço a nenhum deles, na verdade...

Pra mim, o saldo é positivo, eu sou otimista. Aprendi muito com tudo isso, cresci bastante, eu creio. E acho que deve ser por isso que não penso em morar longe da minha família- pelo menos por enquanto- porque estou "acostumada" a estar em novos ambientes mas junto com eles, como seria mudar de vida sem eles por perto? Creio que, algum dia, acabarei descobrindo.

O interessante é que seria de se esperar que eu fosse extremamente desapegada às pessoas com quem convivo, que as considerasse apenas como alguém que passa transitoriamente por minha vida, mas é exatamente o contrário. Entretanto, acho que esse pensamento está predominando ultimamente. Não sei se é coisa de "cidade grande"- é claro que acontece em qualquer lugar, mas percebo isso mais claramente depois que me mudei pra metrópole- ou se é coisa do século XXI. Mas os relacionamentos voláteis (isto me faz lembrar uma brincadeirinha sem graça...) estão cada vez mais comuns.

Bom mesmo é conservar os verdadeiros amigos, ainda que poucos.
E esperar pelo único lar definitivo, a "pátria celestial".
Mas que passar todos os contatos pra agenda do novo celular vai dar muuuito trabalho, isso vai!

Nenhum comentário: