segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Da Saudade

A casa da saudade é o vazio
O acaso da saudade fogo frio
Quem foge da saudade
Preso por um fio
Se afoga em outras águas
Mas do mesmo rio
(Chico César/ Moska)



Tenho sentido umas saudades esquisitas.
Vivo com saudades.
Quando penso ter superado uma, descubro que é só porque outra assumiu proporções ainda maiores e escondeu a anterior.


Estou com saudade de ler Guimarães Rosa, das metaconversas literárias, de ler também Quintana, Pessoa, Prado... 
Tenho saudade de quem está longe, de quem se foi, de quem eu queria ver todo dia ou, pelo menos, toda semana. Saudade de quem está tão perto mas por falta de tempo ou distração, há tempos não vejo...
Saudade das amigas da adolescência que seguiram caminhos diferentes, da infância que eu me lembro pouco, da parte família que está a quilômetros de mim...
Saudade de passar a semana entre novos e velhos amigos aprendendo sobre justiça,saudade de escrever textos dramáticos e/ou melosos ou matérias históricas e importantes, saudade de cantar com queridos unicamente ao som do violão...
Saudade das férias que não tive, saudade de trabalhar ininterruptamente (e só fazem 2 dias que estou "de molho"!), saudade do campo e da cidade grande, do silêncio e de risos escandalosos...


Estou com sintomas de saudades, já dizia a canção.
Outros dizem que a saudade é como a fome: só passa quando se come a presença.


Eu, cá entre nós, desconfio que minha sina é viver com saudade até a eternidade. Que a minha saudade diária é um sinal de que ainda há algo por vir. De que tudo isso é apenas parte e, um dia, será inteiro, completo.


Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido...

2 comentários:

Jeq* disse...

Deus existe para tranquilizar a saudade.
(Rubem Alves)

Natalia Cortelette disse...

Ah q bom, a eternidade ta aê pra matarmos a saudade de uma vez pra sempre! Obrigada Deus. :)