quarta-feira, 16 de maio de 2012

Graça me basta (7)

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite 
minha pobreza tal como sempre foi. 

Que não sinta o que não tenho. 
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.



(Cora Coralina)
























Um comentário:

Marília Teles disse...

Senhor, dá-me a humildade que entende que o mais importante não é o que tenho, o que visto ou o que como. Mas, é o viver simples.
Senhor, dá-me a humildade de não querer esbanjar, mas de ter o suficiente hoje, vivendo cada dia sem tanta ansiedade pelo amanhã.