sexta-feira, 6 de julho de 2012

A Concha: canção no silêncio

O que vai gerando a vida não é a pressa, mas o suor do dia-a-dia, a renúncia de estar entre amigos, de sentar-se sozinho e chorar, de sentar-se sozinho e estudar e trabalhar, a renúncia do imediato, a renúncia dos holofotes, a proteção dos sonhos contra chuva, vento e calor, contra inveja, ganância e competição.


Esperança é ver novos dia em cor inda que a matiz à frente se nos afigure como cinza. Esperança é quando faz-se canção no silêncio. Esperança é ver, inesperadamente, paz em meio às nossas guerras e ver o céu, como um pálio aberto, se encher de estrelas. Esperança é transbordar em meio às contrariedades e render-se à doce poesia da vida que nos ensina que até mesmo o sal ressalta-lhe o sabor. Esperança é ver até mesmo nas linhas não escritas da nossa vida um motivo para agradecer e recomeçar.


A esperança nos faz forte, ainda que fracos; enxergando, ainda que cegos; ouvindo a música da vida, ainda que surdos; crendo, ainda que não querendo crer...


(Áquila Mazzinghy, em Contemplações da Esperança 1, de novo por aqui)

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