quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Eu escolhi ver

"Eu preciso dessa sensação boa, sabe, de encontrar os humanos por aí. Mesmo com tanta falta de humanidade nesses espaços para onde vou. Mas humano é isso tudo: essa crueldade, mas também essa riqueza; essa maldade, mas também esse acolhimento do outro. Quando você não tem nada, mas você ainda tem espaço para acolher alguém dentro de você, é interessante, bem interessante. E aí você se dá conta de que o material não é nada. 

As pessoas não querem ouvir mais. Mas hoje eu já compreendo. Ok, elas não escolheram esse mundo para elas, eu não tenho o direito de forçá-las a um mundo que não querem. Cada um tem a sua escolha. Inclusive, a escolha de dizer: “Eu quero viver nesse outro mundo”. E a alienação também traz felicidade. Você não saber de tudo, você não saber de uma série de penúrias e de desgraças do mundo também te traz um conforto e uma sensação de felicidade de.... Ok, tudo o que eu sei é que meu filho está bem alimentado, dormindo num bercinho bonito, que acabei de reformar o quarto dele com um arquiteto. Está tudo ótimo. Tipo, a alienação também é isso, também traz conforto. Mas eu não escolhi esse lado. Eu escolhi saber, eu escolhi ver."

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI228050-15230,00-MINHAS+RAIZES+SAO+AEREAS.html

2 comentários:

Marília Teles disse...

Um dia eu quero ser sábia como você!

Jeq* disse...

Um dia eu quero ser pura como você!