domingo, 24 de março de 2013

Duas coisas

O barulho invade o meu silêncio
E a vida corre
As malas ainda estão fechadas
mas o peito está aberto e sangra
E eu que pensava só ter cicatrizes

O dia e a noite se confundem
O tempo, único tesouro que ainda me pertencia
Me foi tomado
Em troca, exigiram que eu "crescesse"
Fingindo ser quem (ainda) não sou
Quem não fui
Quem, suspeito,nunca serei

O sorriso é amigo
Mas o abraço falta
O novo encanta
Mas o de sempre (sempre) assusta

Enquanto ando em busca de paciência
O tempo acelera, lenine, e pede pressa
Quando decido correr
Ele me engana, trapaceia, e nunca passa

Em busca de mim
Em busca do(s) outro(s)
Em busca de Deus
Me deparo com o medo e a insuficiência
Ansiando pela cura do amor que lança fora o medo
E da graça além do entendimento


Minha razão, acostumada a ter vez e voz
Se cala ante o sentimento, adélia, a coisa mais fina do mundo
(às vezes fino demais, afiado demais, como cortante punhal)
E se lembra - porque lembrar é da razão e traz esperança-
Que restam duas coisas no mundo, apenas duas: a miséria e a misericórdia
Minha miséria.
Tua misericórdia.

5 comentários:

Marília Teles disse...

Queria te falar algo pra esse momento.
Acabo de lembrar de um versículo que li esse dias. Diz:
"O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos..." (Isaías 58:11)

E uma música que está me dando alento esses dias:
http://letras.mus.br/marcelo-camelo/1864363/

Pq afinal, eu olho pros montes. Penso de onde danado vai vir meu consolo. Lembro do Senhor que fez os céus e a terra. E Ele disse que me guiará.

Amo vc!

Mari disse...

Acho que a tarde em casa rendeu palavras doloridas, porém belíssimas. (e vejo que a internet chegou, glórias!). E que essa beleza de dentro sempre sobrepuje o cinza de fora. Oro por isso hoje, e que você possa contar sempre comigo pro abraço que falta. =)

Mari disse...

Acho que a tarde em casa rendeu palavras doloridas, porém belíssimas. (e vejo que a internet chegou, glórias!). E que essa beleza de dentro sempre sobrepuje o cinza de fora. Oro por isso hoje, e que você possa contar sempre comigo pro abraço que falta. =)

Mari disse...

Acho que a tarde em casa rendeu palavras doloridas, porém belíssimas. (e vejo que a internet chegou, glórias!). E que essa beleza de dentro sempre sobrepuje o cinza de fora. Oro por isso hoje, e que você possa contar sempre comigo pro abraço que falta. =)

Carlinha Lacerda disse...

Adorei sua poesia.
Identifiquei-me.
Também tenho um blog.. Borboleando! Mto bom me deparar com o seu.