quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lanterna dos Afogados

 "Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?"
 (Elisa Lucinda)


Inspirada por Jubiabá, de Jorge Amado. 
Há anos não lia nada do baiano de Ilhéus, desde a Gabriela da adolescência.
Mas agora ele me relembra que é um dos motivos porque gosto tanto de literatura brasileira.
#leitoraufanista

(Jeq*)

domingo, 25 de abril de 2010

Boa noite!

"Adoraria ter sido médico. Sabe por que?
Porque para mim seria muito importante colocar a cabeça no travesseiro toda noite e sentir que eu fiz alguma coisa que tivesse alguma importância.
E acho que só os médicos têm essa sensação."

João Moreira Salles - cineasta

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vaso de barro

Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Porém olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
(Octavio Paz)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A dor da partida

Sempre estive do lado de lá.
O lado de quem se vai, de quem parte. O lado de quem deixa os outros para trás e ruma na esperança de uma nova vida, de começar tudo de novo.


Não me lembro de ter estado do lado de cá.
O lado de quem fica, de quem assiste o outro ir, impassível, sem nada a fazer.


Essa sensação do vazio que fica é nova para mim.
Mais ainda porque as lágrimas ainda estão guardadas, e o nó ainda prende a garganta.


"..Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida... 
"
Vinicius de Moraes
(Jeq*)


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Viva Vida


DECRETO
por Jorge Elias Neto

Atenção!
Está suspensa a transitoriedade das insignificâncias.
Não é permitida a inspirabilidade do óbvio.
É mandatório o afogamento das circunstâncias.
O statu quo deverá ser limpo com papel higiênico.
Será suprimido do vocabulário o beijo sem língua.
No cardápio das quartas-feiras o prato principal será o ócio.
Cada bocejo deverá ser celebrado como profecia.
Ao homem, que não se lhe falte ovos fritos com torresmo, chicletes e água fresca.
Que todos os reflexos sejam queimados nas piras da reflexão.
Para cada ser humano, um momento lento de aurora.