segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Biografia

"Minha vida é andar por este país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando a recordação das terras onde passei, dos amigos que lá deixei..."


"Eu moro em qualquer lugar... 
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
"



"E são tantas marcas 
que já fazem parte 
do que eu sou agora
mas ainda sei me virar..."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O jeito é ser...

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

(Paulo Leminski)

sábado, 11 de setembro de 2010

Equilíbrio.

Não seja excessivamente justo
nem demasiadamente sábio;
por que destruir-se a si mesmo?

Não seja demasiadamente ímpio
e não seja tolo;
por que morrer antes do tempo?

É bom reter uma coisa e não abrir mão da outra, 
pois quem teme a Deus
evitará ambos os extremos

(Eclesiastes 7, 16-18)







quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A vida é a arte do encontro

(colei do Pavablog)


Vinicius de Moraes foi quem disse a frase do título no meio do Samba da Benção, linda canção do poeta e diplomata. Ele ainda completou dizendo: “embora haja tanto desencontro pela vida”. A vida só faz algum sentido por conta de nossos encontros e desencontros.
Quando criança tudo o que se quer é o conforto do colo materno, a segurança do abraço paterno e a alegria dos momentos fraternos descontraídos. Sair correndo para abraçar o pai, a mãe ou mesmo o tio na porta da escolinha é uma celebração. A celebração do encontro. Cedo aprendemos a celebrar esses momentos mágicos e cheios de afetos que são os encontros com os que amamos.
A adolescência chega e já não se quer a presença tão próxima dos pais, agora o encontro é outro, o primeiro amor, a primeira paixão. Ah, como é esperada a hora de ir para escola para ver a garota que faz sentir um frio no estômago, os batimentos cardíacos acelerarem e a boa secar. O primeiro amor é celebrado num mundo que se revela pleno de sentimentos. Mas como há tantos desencontros pela vida, na maioria das vezes aquele primeiro amor se desfaz e o mundo desaba. Mas outros virão.
Amigos, os encontros que duram a vida inteira. Como são raros, mas como são preciosos. O bom amigo não cobra a sua presença, mas parece estar sempre presente. Sabe se ausentar quando necessário e sabe estar presente quando se precisa dele. Mesmo quando se distanciam e ficam anos sem se falarem pessoalmente, quando se vêem os verdadeiros amigos celebram, sem cobranças, e continuam a conversa de onde tinham parado da última vez que se viram. É uma pena que haja distanciamentos, que amigos se afastem, e, às vezes, virem até inimigos.
E quando achamos uma pessoa a quem amamos e que nos ama também e percebemos que queremos estar com aquela pessoa todos os dias, a vida inteira? Que coisa fantástica. Daí a vida é só encontro. Nem sempre dá certo, mas vale à pena tentar.
Em meio a todos os encontros e desencontros, há Um que deseja se encontrar conosco, mas insistimos em pegar rotas outras. Ainda bem que Ele está em todos os caminhos. Bom é ter sensibilidade para perceber no sorriso carinhoso da criança, no olhar embevecido do apaixonado, no abraço afetuoso do pai e no colo sempre disponível da mãe, além de um momento especial com as pessoas que amamos, um encontro com Aquele que nos ama. Deus é amor. Se nossos encontros são celebrações de amor, também são reveladores da sutil presença dEle.
Eu sei, às vezes parece que Ele é quem se afastou de nós. Até o crucificado perguntou o porquê do abandono. Mas são momentos em que é necessário estar só. Acredite, eles são necessários. Bom é saber que chegará o dia em que nosso encontro com Ele será definitivo e não haverá mais desencontros.
Até lá, vamos fazendo nossa vida ter sentido nos aprimorando na arte do encontro.

(Márcio Rosa Silva)



domingo, 5 de setembro de 2010

Cinzas.

Era domingo, dia de sol, mas o céu amanheceu cinza. Desbotado, de uma crueza quase palpável. E palpável se fez acinzentado o tempo, as pessoas, a paisagem. As palavras se tornaram cinza, e cinza eram os olhares e toques, e até os sorrisos verdes, azuis e amarelos foram se acinzentando.
O passar dos dias fez com que cinzento fosse o estado natural das coisas, dos espíritos, dos seres. Não havia mais matizes, não havia sequer o preto-no-branco: o cinza era a totalidade.
Nem a escuridão do anoitecer encobria o cinza. Já havia se espalhado, se alastrado em passos sutis e invadido os dias, os meses, os anos, as vidas.

Num dia cinza como outro qualquer, surgiu, não de repente,  mas  com uma leveza irresistível e imponente, aquele ser  que também era cinza, mas que não havia permitido acinzentar o  seu olhar. Ah... aquele olhar. Ela jamais soube explicar qual era a cor dos seus olhos: poderia ser azul como o mar ou como o mais negro ébano. Diante daquele olhar, os olhos eram detalhes. Havia uma luz, um fulgor, maior do que todo o cinza do mundo. Não havia dúvidas de que aquele olhar era o único capaz de enxergar o mundo de outra cor, capaz de ver  além do cinza.

Até hoje ela revolve a imensidão cinza, tateia a escuridão cinzenta, foge do vento cinza, em busca da luz daquele olhar.
Ela sabe que essa é a única forma de enxergar através da neblina.
Depois daquele olhar, ela sabe que há mais no mundo do que o cinza permite enxergar.
Depois daquele olhar, ela  não é a mesma.
Depois daquele olhar, ela sabe que vai passar a vida inteira esperando  aquela estranha luz.

(Jeq*)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Não sei para onde estou indo, mas sei de onde vim.



“Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que me pintaram. 
Desencaixotar emoções, recuperar meus sentidos.”
(Rubem Alves)