quinta-feira, 30 de julho de 2009

Pois é, né.

"Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por quê. Neste recinto, conjugam-se teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe por quê."
Cartaz numa repartição pública em Brasília.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Caixinhas

"Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões."
Paulo Mendes Campos

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quando se está só

No quarto do hospital, há três camas, três enfermos. Mas apesar disso seu Antônio está sozinho. Há vários médicos e estudantes à sua volta, mas ele se sente como se fosse apenas um quadro admirado e discutido por todos eles, mas está sozinho. Os médicos explicam a ele que vão fazer um procedimento muito importante, retirar o líquor para ver se está normal. Aplicam uma substância gelada em suas costas, tentam anestesiá-lo, mas a anestesista demora até conseguir; começam a retirar o líquido tranparente, que parece demorar horas até alcançar um volume adequado. Seu Antônio grita, diz que está sentindo dor, incômodo, qualquer coisa... uma das médicas pede a ele que fique calmo, que este exame é muito importante para ele e que já está quase acabando. O que a moça não sabe é que, na verdade, é o coração de seu Antônio que está gritando. Queria que, nesta hora, alguém estivesse ali,segurando a sua mão, dizendo baixinho que tudo vai passar, tudo vai passar. Queria que alguém pudesse ouvi-lo nos momentos de tristeza e incerteza. Queria um "bom dia" mais íntimo que aquele que ouve todos os dias dos médicos que sempre lhe fazem tantas perguntas.
No quarto da frente está Tadeu. Confuso, desorientado. Não se lembra muito bem como veio parar ali. Conta às estudantes uma história, inventa sintomas porque elas insistem em querer saber o que aconteceu. Deixa que elas o examinem da cabeça aos pés. Mas não lhes revela o que se passa na mente e no coração. Há 30 dias está no hospital, mas ainda não recebeu nenhuma visita. Enquanto conversa com as estudantes, chega um senhor que trabalha no hospital, pergunta aos outros leitos os nomes de seus acompanhantes, para anotar no cadastro do hospital. Quando chega a vez de Tadeu, ele diz que não tem acompanhante. Pensa em dizer que está só, que ninguém veio saber o que está acontecendo, que prefere ficar ali mesmo do que ir embora; ali sempre tem algum jovem, tão inexperiente, às vezes inseguro, mas sempre há alguém a perguntar o que sente, como está, se dormiu bem durante a noite. Tadeu chega mesmo a contar a elas a verdade mais dura de sua vida: que perdeu amigos, família, emprego e dignidade em nome do vício. Que estava confuso, perdido, desorientado, bêbado quando foi levado ao hospital. Só não conta que, depois disso, ninguém veio lhe procurar. Nem mesmo sua mãe, nem sua única filha.
No restaurante, o jovem ri da piada contada pela moça à sua frente. Eles passam horas e horas se divertindo, contando histórias, fazendo brincadeiras. Mas ele não conta que há algumas horas pensou que nada disso valia mais a pena. Que já estava cansado de não ter com quem conversar por dias, além dos colegas de trabalho. Não quis dizer a ela, depois de sete meses sem se falarem, que aquele seria apenas mais um encontro de velho amigos da faculdade, mas que depois iriam embora novamente, vários meses se passariam até que se encontrassem novamente, e ele continuaria sua vida, sua rotina, sem família, sem amigos, sem sentido.
A moça cotinua rindo, relembra o velho apelido do rapaz à sua frente, conta histórias sobre sua nova vida, diz a ele que está muito feliz. Só não conta que voltou a morar com os pais, mas eles não a tratam como antes. Depois da separação, teve que se humilhar e voltar à casa dos pais, pois não tinha onde morar. A mãe aceitou a sua volta, não sem antes fazer um olhar que significava "eu não te disse que ele não prestava?", o pai mostrou-se indiferente. E indiferente eles continuaram, já havia três anos. E ela só podia conversar com sua psicóloga, pois os velhos amigos haviam ido embora, sem dar notícias, sem fazer perguntas. E, depois que pagasse a conta, mais um deles iria embora novamente, e talvez se encontrassem novamente em meses, talvez nunca mais. Ela não queria admitir, mas a verdade é que estava só. Só.
(Jeq*)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

sistema Único de saúde

aaaD. Ana, 71 anos, lavradora,mora em Santa Leopoldina, interior do Espírito Santo. Há um mês recebeu o diagnóstico de linfoma de Hodgkin.
aaaSra. Dilma, 61 anos, ministra.Há quase dois meses, após um exame de rotina, constatou-se que apresentava um gânglio aumentando na axila esquerda e, vinte dias depois, foi confirmado o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin.
aaaAlém de apresentarem neoplasia de células da linhagem linfóide, serem mulheres, brasileiras, reservadas e gostarem de usar batom vermelho em ocasiões especiais, nada mais têm em comum. A Sra. Dilma nunca ouviu falar de D. Ana e, provavelmente, nunca ouvirá. D. Ana até já viu a Sra. Dilma no Jornal Nacional, mas não entende bem dessas coisas de política, gosta mesmo é de esperar até o final quando o William Bonner diz "boa noite", com aquele charme todo, pra depois assistir a novela ( "se bem que as novelas de ultimamente estão ficando tão sem-sal... gostava mesmo é de assistir a reprise do Pantanal").
aaaAna (agora que já conhecemos até sua preferência por novelas, dispensemos a formalidade, porque,apesar da idade avançada, ela ainda conserva o hábito de gostar de ser chamada só pelo primeiro nome. Nem o segundo nome, Idalina, herdado da avó, ela gosta) só procurou atendimento no posto de saúde quando o "caroço" no pescoço estava grande demais. Não que ela se importasse, nem estava incomodando muito, "só às vezes que dava assim, uma falta de ar, mas era só ficar uns minuto quieta que já passava", mas o povo da cidade andava perguntando tanto sobre aquilo que ela acabou procurando o médico, Dr. Reginaldo, do postinho, homem muito bom.
aaaDilma (nesse caso, também dispensemos a formalidade, já que agora ela quer se sentir mais próxima de nós porque está pensando, veja só, em ser a próxima presidente do Brasil e dos brasileiros, inclusive da Ana) ficou sabendo que estava com uma doença após um exame de rotina que o seu médico particular pediu, só pra ter certeza de que estava tudo bem. E acabaram descobrindo que não estava tudo bem. E, ao contrário de Ana, Dilma teve sorte em descobrir a doença no estágio inicial.
aaaAna foi encaminhada ao Hospital da Clínicas de Vitória,um hospital universitário, do SUS, para fazer uma bópsia. Ficou esperando um tempão numa sala, tinha um monte de gente na sua frente, mas nem reclamou porque acabou fazendo amizade coma D. Joana de Alfredo Chaves. Dilma foi para o Hospital Sírio Libanês, aquele bem chique que de vez em quando aparece no Jornal Nacional que a Ana assiste, onde só interna vice-presidente, cantor estrangeiro e mais um monte de gente importante. Depois ainda mandaram um pedacinho do seu "caroço", muito menor que o da Ana, lá prum país estrangeiro pra descobrir qual era mesmo a doença que ela tinha.
aaaA história da Ana acaba aqui, ninguém mais sabe informar o que aconteceu, ninguém quis saber. Ana não apareceu na capa de revista, nem mesmo o William Bonner, seu companheiro de todas as noites, avisou que ela estava com um problema; ela nem deu uma entrevista coletiva. Minto;deu, sim: pra cinco vizinhas que vieram curiosas perguntar como é que tinha sido a viagem pra Vitória e o que o médico tinha dito. Mas o que se sabe mesmo é que D. Joana voltou dia desses no hospital e contou que no dia da biópsia Ana cochichou, quando o médico não estava por perto, que não ia querer fazer cirurgia e nem tratamento nenhum, mesmo que o médico pedisse - "se eu tiver que ir, é porque chegou a minha hora, né? Na época da minha mãe, nem tinha esse monte de doença que o povo inventa hoje; ela teve é tuberculose, falaram que ia morrer e viveu mais uns vinte anos, só morreu depois de picada de cobra. Se eu tiver que ir, é porque chegou a minha hora."
aaaA história de Dilma é outra, bem diferente. Até o pessoal vizinho da Ana já ficou sabendo que ela está com uma doença. Deu até no Fantástico, sem bem que a Ana prefere o William Bonner que aquele Zeca.
aaaO que a gente não tem certeza, mas imagina, é que o marido da Ana, seu Arlindo, que ainda nem havia entrado na história,deve ter insitido com ela pra fazer o que o médico mandou, voltar pra Vitória pra ser tratada naquele hospital cheio de estudante, que é um hospital muito bom e com vários médicos qualificados.
aaaA Dilma, por outro lado, vai fazer o tratamento que a equipe médica dela pediu, por quatro meses, várias sessões de quimioterapia. Já tem até político dizendo que ela vai passar por tudo e vai mesmo ser a presidente do Brasil. Mas ela não quer o hospital cheio de estudante, vai preferir aquele hospital de vice-presidente e cantor estrangeiro . "Mãe do PAC", mulher estudada, ela deve conhecer muito bem os preceitos do SUS de "universalidade, integralidade e equidade", mas estranhamente preferiu pagar um dinheirão pra ser tratada naquele hospital chique, que também tem esses preceitos bonitos, que tem filantropia e tudo mais, mas que dificilmente seria acessível a Ana, com tanta tecnologia, como vai ser a Dilma.
aaaAna não sabe nada disso mas, mesmo se soubesse, ela ficaria no hospital de estudantes.
aaaEla não tem outra escolha.

(Jeq*)


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Loucura, loucura, loucura

"Só mesmo um louco para enfrentar um curso que leva seis longos anos de estudos incessantes. Depois, ainda temos que fazer mais duas ou até três residências médicas para de fato entrarmos no mercado de trabalho. Então, somando tudo, são pelo menos doze anos. Aí quando você pensa que será recompensado, cai na realidade de um sistema que nos massacra, nos desestimula e nos tolhe. Temos que nos desdobrar em dois, três, quatro, e até cinco turnos de trabalho para juntarmos trezentos e trinta e oito reais aqui, mais quatrocentos reais ali, de migalha em migalha, para não passarmos fome no final do mês."
(E. P.)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Escolhas


Todo mundo sempre te admirou: você é inteligente, esperto. Vai prestar vestibular pra Medicina. “Coitadinho, estuda tanto!”, costumam dizer. Você estuda bastante, sim. Talvez não tanto quanto eles pensam, mas...
E, afinal, você passa no vestibular. Na federal! É o curso mais concorrido, numa universidade conceituada: a vaga que muitos outros gostariam de ter, inclusive alguns amigos seus que continuam no cursinho lutando por ela, é sua, toda sua! Agora, então, a admiração é quase sublime: você é o cara, o tudo de bom, o orgulho da família! Sua mãe faz questão de contar pra todo mundo, suas tias o paparicam, seus vizinhos te parabenizam, seus amigos organizam aquele churrasco e até aquele pessoal que não dava muita bola pra você passou a ser mais simpático desde então. Você é pura felicidade: vai entrar na Ufes, sua turma será a melhor de todos os tempos e você vai ser o melhor médico do mundo! Agora, você não é mais um fulaninho de tal: é o Doutor da família – ou mais um, mas consideremos aqui o pioneirismo. No início, acha até estranho, depois sente o orgulho próprio de calouro, mas logo passa a considerar normal ser chamado de Dr. O fato de você não ter concluído nem o ciclo básico do curso não interfere em nada: “Tô com uma dor de cabeça, Dr. O que devo tomar?”, “ O que é essa dor no estômago que eu sempre tenho, Dr.?” ,“Dr., sua vó ta passando mal! Corre aqui pra ver o que é que ela tem!”. Mas você é prudente: explica pra todo mundo que é um simples estudante e sabe muito pouco, ainda. Ou então, incorpora o personagem, sai dando diagnóstico de toda e qualquer moléstia de seus parentes e amigos. Afinal, você é “quase médico”, não é?
Quando ingressou na faculdade, você tinha uma certeza: vou ser cirurgião! Ou então, pediatra, ou clínico, gastro... Pode ser também que você não tivesse tanta certeza, que tenha decidido esperar pra conhecer melhor e decidir a sua área. Mas os seus admiradores, esses sim já sabem muito bem o que você deve ser: “Nossa! Você tem cara de pediatra! Vai cuidar de todos os meus filhos!”, propõe uma amiga. Sua tia tem outra opinião: “você devia fazer cirurgia plástica, vou precisar daqui a algum tempo”. Seu tio discorda: “faça geriatria! Quando você se formar, já terei idade suficiente para ser seu paciente.” A mamãe acha que o bebê dela deveria ser clínico geral: “eu gosto tanto do meu médico, vou lá todo mês. Queria tanto que você fosse como ele...” E o seu pai? Escolhe ortopedia, logicamente: “estou sempre cheio de dores musculares, no corpo todo, alguém tem que cuidar disso.” Também há aquele vizinho, que jura que você tem cara de endocrinologista, principalmente depois que você disse que ele deveria ir controlar a alimentação, já que é um diabético. Sua prima escolhe dermatologia, é claro: “preciso de alguém pra deixar minha pele liiinda”. Sua irmã discorda: “ele tem cara de neurologista, como aquele que me atendeu no mês passado e que passou um remédio mara pra tratar minha enxaqueca!”
E por aí vai... Até o fim do curso, já terão definido todas as especialidades pra você que, das duas, escolhe uma: ou diz, de uma vez por todas, que quem decide isso é você e mais ninguém ou, como é o Dr. Querido, dá um sorriso simpático cada vez que alguém decide seu futuro, usando a antiga e infalível técnica do “sorria e concorde”.
Pois é. E você pensava que escolher o curso, na época do vestibular, tinha sido o mais difícil...

(Jeq*)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

XXIX


Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.


Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meu olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma...

(Fernando Pessoa - O guardador de Rebanhos)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Eternidade

Hoje faz um ano que você se foi, minha bonitinha. Faz um ano que voltei pra casa chorando, pensando que você estava mal, no hospital. Faz um ano em que descobri que não, você não estava no hospital: você já tinha ido, já não estava mais entre nós.
Ah, minha lindinha! Mas ainda a amo da mesma maneira que há um ano atrás. Ainda sinto a mesma saudade que senti quando soube que não mais veria seu rosto. Vontade de chegar na casa e encontrar você, te dar um abraço e um beijo e ver uma expressão de espanto em seu olhar e a pergunta: "Quem é você?" E responder: "Ah, a senhora sabe muito bem! Pode se lembrar". E seu rosto lindo se iluminando num sorriso ao me reconhecer ou, às vezes, apenas um sorriso simples de quem não consegue se lembrar.

Vontade de ouvi-la contando as histórias tão bonitas e sofridas da sua vida, e repeti-las, voltar ao início, esquecer da sequência, misturar os fatos... vontade de ouvir a sua voz tão suave, afinada num contralto de fazer inveja, cantando músicas de esperança junto comigo como foi da última vez que nos vimos. Vontade de rir das suas gracinhas como se fosse uma criança, de provocá-la só pra ver você "brigar" com seu jeito manso, de brincar com você( seu dedinho procurando o umbigo), de ficar longo tempo à mesa esperando você terminar de almoçar e dizer a cada minuto: "comida sem sal", "me dá mais feijão" e as clássicas: "já comeu , menina?" e "toma café, toma!"

Ah, bonitinha da minha vida! Nunca me importei em fazer as coisas para impressioná-la- até porque você não se lembraria minutos depois. Você foi a maior experiência de amor incondicional que já tive- amar sem esperar nada em troca. Assim como este texto,que você não vai ler, e não leria mesmo se estivesse aqui- não faço para que você saiba, não me importo se você se lembra ou não de mim. Mas você é uma das criaturas mais belas que já passaram por aqui, a que me ensinou que grandes pessoas não são aquelas muito importantes ou revolucionárias, não são as que fazem atos grandiosos e nem as que dizem palavras eloquentes. Ser grande, de verdade, é fazer a diferença em atos pequenos que talvez ninguém vá perceber, é se doar em amor, é ser tudo mesmo sendo nada. É ser linda, é ser você.

"Passarinhos, belas flores querem me encantar... são vãos terrestres esplendores, mas contemplo o meu lar."
Qualquer dia, e nem demora, a gente se encontra.

Te amarei enquanto viver e, depois, por toda a eternidade...

(Jeq*)

sexta-feira, 13 de março de 2009

É verdade.

A verdade

A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
cnforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 3 de março de 2009

Pérolas

Além das óbvias, as férias dão uma vantagem especial: a gente tira um tempo pra arrumar as bagunças e acaba sempre encontrando umas pérolas!
Aí vai uma das que encontrei:

Ei, você! Porque está parado?
Tão acomodado, despreocupado...
Não sabe que enquanto dorme
Está sendo manipulado?
Desde os primórdios da História da humanidade
Esta é uma inegável verdade
A organização só nasceu pra garantir a propriedade
E hierarquizar a sociedade
O tempo passou... algo mudou?
Por acaso alguém se importou?
E aos poucos veio o imperialismo
Mandou, mudou, se instalou...
Muito mais que um modo de governo ou domínio
Se tornou tão comum, tão banal, tão normal
E você aceitou, você até gostou!
Porque é que você se acostumou?
Não sabe você que o plano não era esse?
O plano perfeito, agradável e bom
A liberdade era a idéia original
A igualdade, essa é a verdade.
Mas sempre há alguém que não está satisfeito
E insiste na idéia de exploração
E o Criador, com tristeza no coração
Abriu mão quando sua criação
Escolheu ser guiado pela manipulação
E o mal, antes crônico, se tornou pandemia
UItrapassou limites que não deveria
E o homem abraçou a mediocridade
E se deixou levar à escuridão.
Saia do lugar que limita sua visão!
Abra seus olhos e sua mente
Chega de apatia e acomodação!
Por que o imperialismo, manipulação e dominação ideológica?
O grito
profundo: "Está consumado!"
É a porta da sua liberdade
Mas se você prefere a mediocridade...



P.S.: quem já foi aluno de pré-vestibular, inclusive com o sentimento característico, que entenda!

P.S.2: tô pra fazer uma homenagem pro grande Guimarães Rosa, prometo! Espero não demorar...

(Jeq*)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

E no ponto de ônibus...


-Nossa, que calor, hein?!- a frase típica de início de conversa, dessa vez, partiu de um velhinho simpático.
-Demais...
-É... o carnaval desse ano vai ser com chuva!
-Será?

-Vai, sim. Minha
namoradinha [sic] quer ir pra Pontal. Mas eu não estou com muita vontade, não. Já passei carnaval em Pontal e nem é tão bom assim. Você conhece? É perto de Linhares(...)
-... :)


Me lembrei do "Clube do Enta", da propaganda do Ministério da Saúde. Aqueles que gostam de pimenta e que chupam chiclete... de menta!

"Na feira de São João Branco, um homem andava falando: "- A pátria não pode nada com a velhice". Discordo. A pátria é dos velhos, mais." (Riobaldo Tatarana)

(Jeq*)