terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Drummond X Stott: um encontro imaginário

"O jeito, no momento, é ver a banda passar, cantando coisas de amor. Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. 
Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando. 
A ordem, meus manos e desconhecidos meus, é abrir a janela, abrir não, escancará-la, é subir ao terraço como fez o velho que era fraco mas subiu assim mesmo, é correr à rua no rastro da meninada, e ver e ouvir a banda que passa. 
Viva a música, viva o sopro de amor que a música e banda vem trazendo,e que restaura em nós hipotecados palácios em ruínas, jardins pisoteados, cisternas secas, compensando-nos da confiança perdida nos homens e suas promessas, da perda dos sonhos que o desamor puiu e fixou, e que são agora como o paletó roído de traça, a pele escarificada de onde fugiu a beleza, o pó no ar, na falta de ar."
(Carlos Drummond de Andrade,em análise da Música "A Banda" de Chico Buarque)

E agora, José? Como proceder?

"Amor não se conceitua, não se explica,apenas se experimenta e vive-se dele.
Quem ama vive em diaconia permanente. Diaconia da palavra, diaconia social e política.
A diaconia do amor nos salva de nossa própria desumanidade, do isolamento, da indiferença, da insensibilidade, nos salva da ganância, do egoísmo, da acumulação e, consequentemente, da correria célere da vida."
(John Stott)


Nenhum comentário: